Natal e Ano Novo por sete países: um final de ano na Europa!
- axis

- 19 de out. de 2022
- 7 min de leitura

Já imaginou passar o final do ano conhecendo países como Suécia, Alemanha, Holanda, França, Itália, Áustria e Polônia? Essa foi a experiência vivida pelo casal de professoras Thais Gabrich e Luísa Mendes em 2018.
A aventura foi possível por conta de uma facilidade de logística, já que Luísa estava fazendo um intercâmbio pela Universidade de Estocolmo desde agosto do ano em questão. Aproveitando a oportunidade, Thais se planejou para passar esse período tão especial ao lado da namorada e puderam viver essa experiência única!
Confira todos os detalhes na entrevista abaixo.
1. O que levou você a escolher todos esses destinos?
Thais: Foi uma mistura de vontade de conhecer os países com conveniência. A gente sabia que teria que começar a planejar a viagem a partir da Suécia porque a Luísa estava fazendo intercâmbio lá. A partir disso nós fomos fazendo combinações de quais países eram mais perto/mais baratos, quantos dias a gente tinha disponível e o que a gente tinha mais vontade de conhecer.
Luísa: Tínhamos cerca de um mês para viajar pela Europa. Eu estava fazendo um período sanduíche na Universidade de Estocolmo e tive umas pequenas férias neste período de fim de ano. A ideia era visitar o máximo possível, mas com tempo de conhecer bem as cidades. Como queríamos ir em vários países escolhemos duas cidades em cada destino. Eu já estava em Estocolmo, então quando a Thais chegou levei ela pra conhecer a cidade. Paris e Roma eram os meus destinos dos sonhos, não podia faltar. Thais insistiu para ir pra Berlim porque ela já tinha visitado e amado (e realmente foi muito bom). Amsterdam também era um destino que tínhamos muita vontade e encaixou perfeitamente entre Berlim e Paris. A Áustria e a Polônia foram destinos que não conhecíamos muito inicialmente, mas que acrescentamos pela quantidade de dias que ainda restavam.

Thais (esquerda) e Luísa (direita) em registro na Suécia (Foto: Acervo pessoal)
2. Quais pontos turísticos você conheceu?
Thais: Conhecemos vários, como a Torre Eiffel, o Coliseu, o Louvre, o Museu da Anne Frank e o Museu do Van Gogh. Tentamos conhecer o máximo de pontos possíveis que nos interessavam e que faziam sentido para o nosso estilo de viagem.
Luísa:
Estocolmo: Museu do Vasa, Gamla Stan, Museu do Nobel, feiras de Natal;
Berlim: Muro de Berlim, portão de Brandemburgo, memorial aos judeus, ilha dos museus, Museu DDR, muitas feiras de Natal, Checkpoint Charlie, Topografia do Terror;
Amsterdam: Casa da Annie Frank, Festival de Luzes, De Poezenboot, Museu do Van Gogh, Vondelpark, fomos em uma feira de Natal também;
Paris: Torre Eiffel, Arco de Triomphe, Louvre, Museu D'Orsay, Casa de Victor Hugo, bate e volta em Versailles, Notre Dame, Jardim de Luxemburgo, Praça da Bastilha;
Roma: Cidade do Vaticano, Coliseu, Fórum Romano, Fontana de Trevi, Pantheon;
Viena: Albertina, Palácio Belvedere, Biblioteca Nacional, Catedral de São Estevão;
Varsóvia: Old Town, viagem de ida e volta a Auschwitz, Parque Lazienki e alguns museus;
Thais (esquerda) e Luísa (direita) em registro na França (Fotos: Acervo pessoal)
3. Quais aspectos culturais, como gastronomia, hábitos e eventos, você teve a oportunidade de conhecer e experimentar?

Thais: Nós tivemos a oportunidade de experienciar como esses países comemoram o final de ano, o que foi muito legal. Na Suécia e na Alemanha nós visitamos feiras de Natal. Em Berlim experimentamos comidas tradicionais que vendem nas feiras, além de termos comprado nossos próprios presentes de Natal por lá. Em Amsterdam tivemos a oportunidade de ver o festival de luzes que rola no final do ano na parte da noite. Em Roma aproveitamos bastante a culinária local e comemos em pizzarias pequenas de esquina e lojas de gelato. Em cada lugar a gente escolhia uma refeição "especial" para fazer. Em Varsóvia a gente comeu no restaurante de um chef renomado, mas também em um lugar bem regional onde ninguém falava uma palavra de inglês (risos).

Luísa: Como era inverno a gente percebeu coisas bem específicas dessa época, como as feiras de Natal, que tem muita comida gostosa e típica, além de artesanatos e outras atrações. Também pudemos ver neve na Suécia, Áustria e Polônia, o que foi bem legal. Como uma pessoa que gosta de artes, uma coisa que gostei muito também foi, além das exposições permanentes, as várias exposições temporárias com temáticas incríveis que acabamos fazendo "na surpresa". Como é uma época muito fria, acho que é também uma época rica com esses eventos. Em Viena, vimos uma exposição do Monet (meu pintor favorito). Em Paris, do Mucha. E em Roma encontramos uma exposição da Pixar ao acaso. Era um museu zero turístico, que não estávamos planejando ir e acabou sendo umas das melhores experiências da viagem. Além das comidas maravilhosas de cada país. Tentamos dar uma chance pra tudo. Destaco os doces de Paris, os gelados de Roma e o Wiener Schnitzel na Áustria.
4. O que mais chamou sua atenção ao longo desse período viajando?
Thais: Em Berlim o que sempre me chama atenção é a valorização da história e o cuidado com que eles tratam qualquer coisa relacionada a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Lá você encontra diversos museus com entrada franca, o memorial aos judeus mortos na Europa fica logo ao lado do portão de Brandemburgo, que é um cartão postal da cidade. Então é muito difícil você passar por lá sem ter a dimensão do horror que foi a Segunda Guerra e do impacto que isso teve nas populações perseguidas.
Luísa: A primeira coisa que penso era nas decorações de Natal que estavam espalhadas em todas as cidades. Muitas luzinhas e pinheiros de verdade, que davam um charme a mais bem diferente do que a gente costuma ver por aqui.
(Fotos: Acervo pessoal)
5. São lugares acolhedores?
Thais: Eu diria que sim. Considerando que a gente estava viajando como um casal LGBT, não enfrentamos nenhum tipo de preconceito nesse sentido. Na Alemanha, que tem fama de ter um povo grosseiro, eu arranhei um pouco do meu alemão pra perguntar se eles falavam inglês e todo mundo tratou a gente muito bem. O atendente de uma lanchonete até perguntou pra gente sobre nossa experiência na cidade. No geral, tivemos experiências muito positivas nesse sentido.
Luísa: Sim!! Ficamos em cidades turísticas, então a maioria falava inglês e nos comunicamos assim. Pegamos muito transporte público e sempre fomos tratadas bem. Alguns pontos negativos nesse quesito de acolhimento foram na Itália porque alguns italianos não falavam inglês e, diferente dos brasileiros que sempre tentam ajudar, muitas vezes a gente era ignorada. Por sermos um casal de mulheres também notamos alguns olhares chatos nas áreas menos turísticas de Viena. O que foi uma surpresa porque pelas pesquisas sempre foi descrito como um país progressista nesse sentido, diferente da Polônia. E na Polônia fomos super bem acolhidas e percebemos várias bandeiras LGBT pelo centro.
6. Como foi a experiência de passar os últimos dias do ano viajando por esses países?
Thais: Foi muito legal. A gente pode sentir a época do Natal e do Ano Novo em diferentes lugares, entrar um pouco em contato com como cada lugar comemora essas datas.
Luísa: Bem legal!! Já sabia que ia passar o final de ano na Europa por causa do intercâmbio e estava com um pouco de medo disso. De ficar sozinha e sentir muita saudade de casa. Quando a Thais decidiu ir pra lá para viajarmos a primeira coisa que queríamos decidir era onde passaríamos o Natal e o Ano Novo. Passamos o Natal em Amsterdam e o Ano Novo em Roma. No Natal decidimos comprar suéters combinando (bem coisa de filme mesmo, que a gente nunca conseguiria fazer no Natal quente do Brasil) e saímos para jantar. No Ano Novo estava tudo certo para assistirmos à queima de fogos no Coliseu. Conseguimos lugares ótimos, mas nosso amigo que estava viajando com a gente passou muito mal e tivemos que voltar para o hotel. Foi um pouco frustrante, mas começamos a fazer graça da situação logo depois e hoje em dia podemos falar que passamos a virada do ano no metrô de Roma.
(Fotos: Acervo pessoal)
7. O que uma pessoa que está indo pela primeira vez não pode deixar de conhecer/fazer?
Thais: Primeiramente: um roteiro. Elencar as prioridades do que você quer conhecer, se certos lugares que todo mundo fala que tem que ir fazem sentido pessoalmente pra você. Essa foi a primeira coisa que nós fizemos. Nós fizemos um roteiro dividido em dias, pesquisávamos que atrações abriam em quais horários e a partir disso conseguimos otimizar o nosso tempo. A pesquisa também nos ajudou a calcular os gastos, ver os meios de pagamento das atrações pagas e nos organizar financeiramente. Por exemplo, o Museu do Van Gogh, em Amsterdam, só aceita a compra de ingressos online. O roteiro e a pesquisa também nos permitiram adquirir pacotes que incluíam várias atrações. Em Roma nós conseguimos ir ao Coliseu, ao Fórum Romano e ao Palatino pagando mais barato do que se tivéssemos adquirido o ingresso das atrações separadas.
Mas, pra mim, as coisas que não dá pra deixar de conhecer foram o Vasa Museum em Estocolmo, a East Side Gallery e o museu localizado abaixo do Memorial aos Judeus Mortos na Europa em Berlim, o restaurante Blue Amsterdam e o Poezenboot, que é um santuário de gatos dentro de um dos famosos barcos de Amsterdam. Museu de Orsay em Paris. O Coliseu e o Fórum Romano em Roma. Catedral de São Estevão em Viena. Taras Widokowy e Barbakan em Varsóvia.
Luísa: Acho que é sempre bom pesquisar os pontos turísticos mais famosos, mas também entender se faz sentido pra você. Por exemplo, em Viena, a gente decidiu não ir na ópera, mesmo sendo o programa mais clássico da cidade. Simplesmente não fazia sentido para o tipo de programa que gostamos de fazer. Então pesquise muito e veja o que faz sentido pra você!

Luísa (esquerda) e Thais (direita) em registro na Polônia (Foto: Acervo pessoal)
8. Se tivesse a oportunidade, retornaria aos mesmos locais?
Thais: Sem dúvida. Quero conhecer lugares que ainda não fui, mas só tenho lembranças positivas do tempo que passei nesses lugares e, se tiver a oportunidade, com certeza voltarei!
Luísa: Com certeza!! Principalmente Berlim. Eu amei muito a cidade. Tem muita coisa pra ver e conhecer além da atmosfera ser muito legal. Também tenho vontade de voltar para a Polônia e explorar outras cidades.




















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