A Rússia é muito mais do que você imagina!
- axis

- 26 de nov. de 2021
- 2 min de leitura

Ano que vem é ano de Copa!
Você já teve essa experiência de conhecer um país e ver a sua seleção jogando? É realmente algo espetacular!
A Luisa Aguiar é médica, escritora e teve essa experiência na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Leia com a gente o texto incrível que ela preparou contando um pouco de suas experiências por lá.
Moscou, junho 2018
Ao pensar em Rússia o que vem a sua cabeça?
Frio da Sibéria, comunismo, imensidão, Stálin, vacina, espionagem, Putin, envenenamentos, máfia, Tolstoi, Balé, Copa do Mundo...
O que vocês sabiam sobre a Rússia antes de vir pra cá? Foi essa a pergunta que um monge nos fez quando entramos em um mosteiro que estava ali, no meio do nosso caminho.
Saímos do Hotel. Ao invés de pegar o metrô e nos divertir correlacionando as letras em cirílico com os nossos conhecidos sons para chegar à confusão central e animada, nesse dia fomos a pé, descobrindo o caminho, olhando em volta.
Estava calor, eu usava uma bermuda jeans e blusa do Brasil. Enrolei a bandeira para esconder as pernas para entrar no local sagrado. Era Copa, exibíamos orgulhosos todos os dias a camisa que lá fora não é sinônimo de conluio com o Capiroto. Aliás morro de raiva de existir essa associação. O verde amarelo não pode ser roubado assim.
O Mosteiro lindíssimo não estava em nossa lista de pontos a ser visitados. Mesmo se estivesse, a conversa com o monge não estaria. E foi o melhor da visita. O inesperado das viagens, os encontros, as conversas.
Conversamos alguns minutos com o monge. Falei que sempre tive vontade de viajar pra lá. Que Rússia pra mim era Tolstoi, Guerra e Paz, grandes escritores. O Monge novinho abriu um sorriso surpreso, não esperava essa resposta. Ele gostou que sabíamos da parte boa daquele país enorme. Desabafou que tinha ficado triste com a reposta dos australianos que tinham acabado de sair e que falaram que só conheciam histórias sobre a máfia russa e nada mais.
Amei a Rússia e pretendo voltar. Amei os três jogos em que vi o Brasil ganhar, amei as curtas conversas com pessoas do mundo todo nos estádios, em frente aos telões, nos bares, amei torcer contra a Argentina, infiltrada na torcida da Nigéria. Amei mais ainda misturar essa festa com as conversas com os russos, a vontade deles de contar a própria versão da história. A menina na estação de trem, o jornalista que nos deu carona pro estádio em Samara, a funcionária do hotel de Moscou, a guia do Hermitage, o monge.
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Luisa é médica, escritora, um pouco artista, um pouco cientista. Gosta de viajar com calma, gosta de voltar, revisitar, viver os lugares com olhos dos moradores, perceber, sem pressa, a vida sob diferentes perspectivas e outros horizontes. Não conta em número de países a qualidade das minhas viagens, mas na quantidade de boas lembranças. A cada viagem, muitas histórias. E em cada fim de viagem, um plano para a próxima.




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